{FAVELAS} E A {PANDEMIA} {DE} {COVID}-19, {UMA} {TRAG}{\'{E}}{DIA} {ANUNCIADA}?

Grotão, ocupação, vila, alagado, invasão, comunidade…Falar de favelas é um tema complexo que acende muitas discussões sobre políticas de urbanização, infraestrutura e identidade. Resultado de um crescimento urbano descontrolável, de uma urbanização excludente e de uma industrialização altamente exploradora, sulcadas na paisagem, elas já são parte do cenário urbano em boa parte das metrópoles mundiais. Estudos estimam que até 2030, uma em cada 4 pessoas morará em assentamentos chamados de informais: áreas nas quais foram construída os grupos de unidades habitacionais em terrenos que os ocupantes não têm direito legal ou ocupam ilegalmente; assentamentos não planejados e áreas onde as habitações não estão em conformidade com os regulamentos atuais de planejamento e construção (habitação não autorizada) (OECD, 2001). A história da moradia no Brasil se confunde com o surgimento das favelas, repleta de estereótipos e historicamente criminalizada. Em 2020, a história se repete ou se inverte, estigmatizado reduto das epidemias e doenças, as comunidades cariocas lutam para que a COVID-19 não “suba o morro”, pois, ironicamente, a pandemia está no asfalto.