A ciência moderna começou a ocupar-se de temas de restauração desde as primeiras décadas do século XIX, mas foi necessário esperar a conferência de Atenas, de 1931, para que a relação entre ciência e restauração fosse reconhecida. Com efeito, na Carta de Atenas, de restauração, de 1931, recomenda-se a colaboração, em todos os países, dos conservadores de monumentos e dos arquitetos com os representantes das ciências física, química, naturais, para obter resultados seguros e de aplicação cada vez maior. Com a Carta italiana de restauração, de 1932, Gustavo Giovannoni alça o restauro a grande questão nacional, afirmando a primazia incontestável dessa atividade, feita de arte, de ciência e de técnica. Se tivéssemos de indicar uma data emblemática para recordar quando as ciências entraram, a pleno título, no âmbito da conservação, provavelmente poderíamos citar 1947, ano em que Libby introduziu o método de datação através do radiocarbono (por essa descoberta obteve o premio Nobel de química em 1960). Outra data significativa é 1958, ano em que o laboratório de Oxford promoveu a publicação de um boletim interno, que depois se tornaria a revista Archaeometry, a serviço de toda a comunidade científica internacional. No que respeita às ciências da conservação, não é fácil, em realidade, fixar uma data bem precisa de início; no entanto, no que concerne ao âmbito italiano, seguramente uma data significativa é 1939, ano em que foi fundado o Instituto Central de Restauração, em Roma . Essa é uma história fascinante e para conhecê-la pode-se fazer referência, por exemplo, às belas páginas de uma entrevista feita com Giulio Claudio Argan que, conjuntamente com Cesare Brandi, permitiu a transformação do restauro do plano artístico-artesanal ao plano científico. Deve ainda ser reconhecido o mérito do então ministro da educação, Giuseppe Bottai, que decidiu criar o Instituto.
A contribuição da ciência para a restauração dos bens monumentais / Santopuoli, Nicola. - In: PÓS. REVISTA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO DA FAUUSP. - ISSN 1518-9554. - STAMPA. - 29(2011), pp. 205-210.
A contribuição da ciência para a restauração dos bens monumentais
SANTOPUOLI, NICOLA
2011
Abstract
A ciência moderna começou a ocupar-se de temas de restauração desde as primeiras décadas do século XIX, mas foi necessário esperar a conferência de Atenas, de 1931, para que a relação entre ciência e restauração fosse reconhecida. Com efeito, na Carta de Atenas, de restauração, de 1931, recomenda-se a colaboração, em todos os países, dos conservadores de monumentos e dos arquitetos com os representantes das ciências física, química, naturais, para obter resultados seguros e de aplicação cada vez maior. Com a Carta italiana de restauração, de 1932, Gustavo Giovannoni alça o restauro a grande questão nacional, afirmando a primazia incontestável dessa atividade, feita de arte, de ciência e de técnica. Se tivéssemos de indicar uma data emblemática para recordar quando as ciências entraram, a pleno título, no âmbito da conservação, provavelmente poderíamos citar 1947, ano em que Libby introduziu o método de datação através do radiocarbono (por essa descoberta obteve o premio Nobel de química em 1960). Outra data significativa é 1958, ano em que o laboratório de Oxford promoveu a publicação de um boletim interno, que depois se tornaria a revista Archaeometry, a serviço de toda a comunidade científica internacional. No que respeita às ciências da conservação, não é fácil, em realidade, fixar uma data bem precisa de início; no entanto, no que concerne ao âmbito italiano, seguramente uma data significativa é 1939, ano em que foi fundado o Instituto Central de Restauração, em Roma . Essa é uma história fascinante e para conhecê-la pode-se fazer referência, por exemplo, às belas páginas de uma entrevista feita com Giulio Claudio Argan que, conjuntamente com Cesare Brandi, permitiu a transformação do restauro do plano artístico-artesanal ao plano científico. Deve ainda ser reconhecido o mérito do então ministro da educação, Giuseppe Bottai, que decidiu criar o Instituto.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.