Em 1990, Moçambique era um dos países mais pobres do mundo, com uma proporção de pobres perto de 80% da população. Por isso, o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio de reduzir para metade a proporção da população em pobreza extrema em 25 anos não era um ob- jectivo fácil de alcançar. Por um lado, a acelerada recuperação depois da situação extremamente negativa de pós-guerra conferiu um crescimento elevado e permitiu aumentar rapidamente os níveis de bem-estar de quem estava, à partida, num nível muito baixo. Por outro lado, a redução de 35-40 pontos percentuais na proporção de pessoas pobres no País é uma das maiores obser- vadas no mundo, durante os anos 1990-2015. É importante salientar que, depois da estagnação na redução da pobreza observada entre 2002/03 e 2008/09, as taxas de pobreza de consumo voltaram a baixar entre 2008/09 e 2014/15, em aproximadamente cinco pontos percentuais. Outras dimensões de bem-estar também confirmam o melhoramento generalizado do bem-estar do País, dados os níveis extremamente baixos em que se encontrava em 1996/97. Este artigo apresenta uma análise compreensiva da pobreza e do bem-estar, e a tendência que seguem em Moçambique, usando a informação proveniente dos Inquéritos aos Agregados Familiares sobre Orçamento Familiar 1996/97, 2002/03, 2008/09 e 2014/15 (doravante no- meados IAF96, IAF02, IOF08, IOF14), realizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) (DNPO, 1998; DNPO, 2004; DNEAP, 2010; DEEF, 2016). Nas secções restantes do artigo apresentam-se brevemente: as medidas de pobreza de consu- mo e pobreza multidimensional analisadas; os dados em que se baseiam as estimativas apresentadas; os resultados principais relativos à evolução da pobreza de consumo e da pobreza multidimensional; a evolução da desigualdade de consumo; as conclusões.

Evolução da Pobreza e do Bem-Estar em Moçambique, 1996/97-2014/15 / Arndt, C; F, Castigo; M, Ibraimo; S, Jones; K, Mahrt; Salvucci, V; R, Santos; F, Tarp. - (2018), pp. 309-321.

Evolução da Pobreza e do Bem-Estar em Moçambique, 1996/97-2014/15

Salvucci V;
2018

Abstract

Em 1990, Moçambique era um dos países mais pobres do mundo, com uma proporção de pobres perto de 80% da população. Por isso, o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio de reduzir para metade a proporção da população em pobreza extrema em 25 anos não era um ob- jectivo fácil de alcançar. Por um lado, a acelerada recuperação depois da situação extremamente negativa de pós-guerra conferiu um crescimento elevado e permitiu aumentar rapidamente os níveis de bem-estar de quem estava, à partida, num nível muito baixo. Por outro lado, a redução de 35-40 pontos percentuais na proporção de pessoas pobres no País é uma das maiores obser- vadas no mundo, durante os anos 1990-2015. É importante salientar que, depois da estagnação na redução da pobreza observada entre 2002/03 e 2008/09, as taxas de pobreza de consumo voltaram a baixar entre 2008/09 e 2014/15, em aproximadamente cinco pontos percentuais. Outras dimensões de bem-estar também confirmam o melhoramento generalizado do bem-estar do País, dados os níveis extremamente baixos em que se encontrava em 1996/97. Este artigo apresenta uma análise compreensiva da pobreza e do bem-estar, e a tendência que seguem em Moçambique, usando a informação proveniente dos Inquéritos aos Agregados Familiares sobre Orçamento Familiar 1996/97, 2002/03, 2008/09 e 2014/15 (doravante no- meados IAF96, IAF02, IOF08, IOF14), realizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) (DNPO, 1998; DNPO, 2004; DNEAP, 2010; DEEF, 2016). Nas secções restantes do artigo apresentam-se brevemente: as medidas de pobreza de consu- mo e pobreza multidimensional analisadas; os dados em que se baseiam as estimativas apresentadas; os resultados principais relativos à evolução da pobreza de consumo e da pobreza multidimensional; a evolução da desigualdade de consumo; as conclusões.
2018
Desafios para Moçambique 2018
978-989-8464-42-2
02 Pubblicazione su volume::02a Capitolo o Articolo
Evolução da Pobreza e do Bem-Estar em Moçambique, 1996/97-2014/15 / Arndt, C; F, Castigo; M, Ibraimo; S, Jones; K, Mahrt; Salvucci, V; R, Santos; F, Tarp. - (2018), pp. 309-321.
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